INÍCIO

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

PAPO DE GATEIRA: Doenças - Gatos

Na semana passada eu fiz um post falando sobre a vacinação dos gatos (veja AQUI), e nesse post prometi falar mais especificamente sobre as doenças que acometem os bichanos. Então, hoje vou papear com vocês sobre a Panleucopenia, Rinotraqueíte, Calicivirose, Clamidiose e Leucemia Felina. Vem ver! 

PANLEUCOPENIA FELINA:
A panleucopenia felina é uma moléstia viral altamente contagiosa caracterizada pelo aparecimento abrupto de sintomas clínicos tais como febre, inapetência, depressão, vômitos, diarreia e leucopenia (número de leucócitos abaixo do normal – leucócitos são os glóbulos brancos do sangue).
O vírus da panleucopenia felina, o qual é um parvovírus pequeno pertencente à família Parvoviridae, é considerado um dos mais importantes patógenos gastrintestinais dos gatos, provocando uma mortalidade muito alta, variando entre 50 até 90% dos enfermos. 
Essa doença tem sido verificada praticamente em todo o mundo, acometendo entre os animais domésticos somente os gatos, podendo também infectar naturalmente numerosas espécies de felinos silvestres. Não há preferência de sexo, entretanto o vírus infecta e faz adoecer principalmente gatos jovens, entre 1 e 2 meses até 1 ano de idade, sendo que é raro de ocorrer em gatos adultos.
Os gatos de vida livre, em sua maioria são expostos ao vírus da panleucopenia felina, ou se infectam dentro de seu primeiro ano de vida. 
Atualmente a incidência de panleucopenia é muito baixa nas populações de gatos em que a vacinação é praticada regularmente nos filhotes. 
O vírus da panleucopenia felina encontra-se por toda parte no meio ambiente devido a sua natureza altamente contagiosa. O reservatório do vírus são os próprios gatos, sendo que a transmissão é feita por contato direto entre os gatos doentes e os susceptíveis, através de alimentos, água contaminada, fezes, urina, vômitos e também por espirros, quando há comprometimento do trato respiratório.
As pulgas e os carrapatos quando retirados de gatos enfermos e colocadas em gatos susceptíveis podem causar a reprodução da doença, podendo estes ectoparasitas, portanto, serem consideradas transmissores da panleucopenia. O vírus ainda pode ser eliminado pela urina e fezes por até seis semanas após a recuperação da moléstia clínica.
As síndromes clínicas observadas na panleucopenia felina variam de acordo com o estágio de desenvolvimento do gato na ocasião da exposição ao vírus. Temos as infecções no próprio útero materno em que o vírus da panleucopenia atravessa o útero e a placenta de gatas prenhes afetando os fetos podendo, neste caso, provocar variadas alterações teratológicas (presença de más formações).
No caso de infecções em gatinhos recém nascidos com o vírus da panleucopenia, a doença costuma provocar lesões nos cérebros, as quais se tornam evidentes quando os gatinhos começam a andar e são observadas as incoordenações motoras, tropeções e rolamentos.
Finalmente temos as infecções causadas pelo vírus da panleucopenia em filhotes mais velhos. Nestes animais os sintomas podem variar desde as infecções praticamente assintomáticas até os casos de morte súbita, sendo que nestes casos a panleucopenia pode até ser confundida com envenenamento. Entretanto a manifestação mais comum observada na panleucopenia é a depressão, inapetência, febre alta (ao redor dos 40°C a 41,5°C), vômitos, desidratação, diarreia fétida e intensa e frequentemente abdômen bastante sensível a palpação devido a dolorosa enterite.
A panleucopenia deve ser considerada em todos os casos de gatos jovens que apresentem vômitos e diarreia aguda, com menos de 12 meses de idade e que não têm vacinação ou a vacinação está incompleta.

RINOTRAQUEÍTE:
O herpervírus felino é o agente causador da Rinotraqueíte, uma infecção comum do trato respiratório superior dos gatos. Apesar desse vírus ser parecido com o herpes humano, essa doença não é uma zoonose, ou seja, não é contagiosa para os humanos.
Os gatinhos adquirem o vírus, na maioria das vezes, na infância. A principal forma de transmissão direta é por contato com as secreções dos olhos ou nasais. Os espirros também são uma forma indireta e comum de transmissão. A mamãe pode transmitir o vírus aos fetos e é comum ocorrer aborto nas gestantes doentes.
Uma vez adquirida a doença, 80% dos gatos tornam-se portadores do vírus para o resto da vida, mesmo que nunca mais apresente qualquer tipo de sintoma. O vírus pode voltar a se replicar nesses animais em situações de estresse, que pode ser desde uma simples viagem até uma doença debilitante.
Os principais sintomas são espirros, secreção nasal (catarro), dificuldade de respirar, febre e desidratação. Por causa da replicação do vírus nos olhos é comum os animais ficarem com os olhinhos fechados e com secreção purulenta. Úlcera de córnea costuma ocorrer com certa frequência. Alguns gatinhos podem desenvolver dermatites (inflamação da pele) ao redor dos olhos também, mas são menos comuns que os outros sintomas.
Nas infecções crônicas, ou seja, nos casos de estresse e reativação da replicação do vírus, os sintomas costumam ser mais brandos, com espirros esporádicos e secreção nos olhos e nariz.
Para diagnosticar a doença, existem alguns testes para detectar o vírus, mas a principal forma de diagnóstico são os sintomas e história clínica do gato.
O tratamento da Rinotraqueíte é somente paliativo. O veterinário prescreverá medicamentos de acordo com os sintomas. Alguns exemplos são colírios para evitar/tratar úlcera de córnea, antibióticos para prevenir infecções secundárias, fluidoterapia nos casos graves de desidratação, suporte nutricional (sonda para alimentar) e, algumas vezes, o gatinho pode precisar de inalação ou oxigênioterapia.
Antivirais na forma de colírio podem ser necessários, principalmente nos casos de úlcera de córnea nas infecções agudas.

• CALICIVIROSE:
O calicivírus é um vírus pequeno, não capsulado. Infecta apenas os membros da família dos felinos. 
Pode sobreviver por até uma semana, se o ambiente for úmido. O vírus geralmente é mais resistente ao pH baixo. 
O principal método de transmissão da doença é pelo contato direto entre gatos. Durante o estágio da doença, os vírus são expelidos em altos títulos pelas secreções orofaríngeas, durante um período de 1 – 3 semanas. O vírus pode também ser expelido ocasionalmente na urina e nas fezes. 
A transmissão acontece através dos corrimentos infecciosos e macrogotículas que entram em contato com a mucosa oronasal. 
Outros fatores que influenciam na sobrevivência dos vírus no ambiente externo (e deste modo indiretamente a eficácia da transmissão) são a temperatura, umidade relativa e ventilação. 
É a causa mais importante de inflamação e ulceração aguda da cavidade oral com vírus respiratórios. Os gatos mais afetados exibem outros sinais respiratórios, como o corrimento nasal e espirros, mas alguns sorovariantes ao calicivírus promovem apenas ulcerações. A língua é o local mais comum para as úlceras, mas elas podem aparecer também no palato. Em alguns casos a ulceração na boca, pode ser o único sinal da doença. Usualmente as úlceras começam como vesículas, que subsequentemente se rompem. Pode haver dispneia e outros sinais associados como pneumonia através de cepas mais virulentas. Algumas cepas do calicivírus podem causar febre e dores musculares. 
A infecção pelo calicivírus no gato também produz uma ligeira conjuntivite e epífora (perda ou alteração da drenagem normal das lágrimas pelas vias lacrimais). 
Nos casos agudos foi observado uma enterite ou artrite. 
Sinais particulares como: dispneia, depressão, êmese (expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca), traqueobronquite, diarreia, mialgia (é uma dor muscular), deambulação (caminhar sem rumo definido) rígida e hiperestesia (distúrbio neurologico que se dá ao excesso de sensibilidade de um sentido ou órgão a qualquer estímulo), ulceração dos coxins plantares (são as 'almofadinhas') também foram observados. 
Diagnóstico: Sinais nasais/oculares brandos, com uma evidente ulceração bucal, e típico da Calicivirose. 

CLAMIDIOSE FELINA:
Esta enfermidade é infecto-contagiosa altamente transmissível de um felino doente para um felino saudável.
A Clamidiose inicia-se como uma doença hipertérmica (provoca febre), tosse, frequentes espirros, corrimento nasal e conjuntivite com intenso corrimento ocular aquoso e posteriormente este corrimento pode se tornar purulento, após contaminação secundária por bactérias.
O gato afetado pela Clamidiose perde o apetite, emagrece rápido e em estágios mais avançados, esta enfermidade leva a um quadro respiratório denominado de pneumonite.
Frequentemente, após cerca de umas duas semanas, os sintomas começam a melhorar, pois a Clamidiose costuma ceder na grande maioria dos gatos doentes, havendo então uma lenta recuperação até que o animal volte a ficar disposto e ativo. Já nos gatos mais debilitados a Clamidiose pode evoluir para outras patologias mais graves devido a queda de resistência que provoca.
Embora os gatos afetados possam ser tratados com antibióticos específicos ou, dependendo do caso com outros medicamentos sintomáticos, o transtorno é grande para o proprietário que possui vários gatos em casa e se depara com este tipo de problema.
A orientação inicial básica é que procure um médico veterinário para exame e avaliação logo que perceba algum problema respiratório no felino.
De uma forma geral, como medida preventiva, recomenda-se que os gatos sempre sejam vacinados contra a Clamidiose. Por outro lado, a imunidade induzida pela vacina contra Clamidiose costuma propiciar uma proteção limitada, isto é, alguns gatos mesmo vacinados podem ainda contrair esta doença, mas frequentemente ela será bem mais branda e com uma recuperação mais rápida.
A vacinação também é importante porque há sérias evidências de que inclusive o homem pode se infectar com Chlamydia Psittaci de origem felina.

LEUCEMIA FELINA (FELV):
A leucemia felina ou FeLV, como é abreviadamente conhecida, é causada por um grupo de vírus denominado retrovírus, mais especificamente da família Oncornavirinae que acomete os felinos, sendo transmitido principalmente pelo contágio. 
O vírus da leucemia felina infecta as células sanguíneas e o sistema imunológico do gato doméstico, facilitando assim a ocorrência e manifestação de várias outras patologias, cada uma delas com características próprias segundo o tipo de células acometidas.
 Vários são os sintomas que os gatos podem exibir, dependendo do tipo de retrovírus em questão, pois existem vários subtipos de retrovírus causadores da leucemia felina. Citaremos apenas os principais sintomas descritos para a leucemia felina:
- Os retrovírus frequentemente são oncogênicos, ou seja, promovem o aparecimento de tumores ou neoplasias, exibindo um padrão consistente de indução para leucemia e linfoma.
- Propiciam que os linfonodos submandibulares fiquem infartados (aumentados de tamanho), geralmente acompanhado de febre e inapetência.
- Causam imunossupressão ou queda de resistência no felino infectado provocando sintomas de rinite, isto é inflamação da mucosa nasal, fraqueza, anemia e predisposição para infecções de agentes oportunistas.
- Provocam alterações na reprodução, causando infertilidade nos gatos e abortos nas fêmeas. Os gatinhos que chegam a nascer, geralmente acabam se infectando e morrem nas primeiras 2 semanas de vida, desidratados e hipotérmicos (com baixa temperatura corpórea).
- Causam poliartrites (inflamação de diversas articulações) de forma progressiva e crônica.
- Promovem lesões renais (glomerulonefrites).
- Causam graves lesões oculares.
O reservatório da leucemia felina na natureza normalmente é o gato assintomático, isto é, aqueles gatos que possuem o vírus, mas não manifestam a doença com características de estar persistentemente virêmico (possui o vírus causador da leucemia circulante no organismo).
O contágio frequentemente exige um contato prolongado e íntimo entre os gatos e se dá geralmente através da saliva infectada através dos recipientes de alimento e água contaminados, através dos cuidados que os gatos habitualmente têm de se lamberem e lamberem-se uns aos outros e também através das brigas comuns que ocorrem entre os animais na demarcação de território.
Atualmente existem testes diagnósticos específicos e modernos, os quais detectam a presença da leucemia felina de forma rápida e confiável. O mais comum é o teste de ELISA, o qual detecta com precisão até os gatos com fracas infecções.
Entretanto, existem aqueles gatos sadios que podem dar um teste de ELISA positivo para leucemia. Isso ocorre porque eles podem estar passando por uma infecção regressiva transitória. A diferenciação entre o gato portador imune e o animal com infecção transitória ou persistente precoce (início da doença) se concretiza pela repetição dos exames.
A leucemia felina e a imunodeficiência felina (também conhecida como FIV) são enfermidades que apresentam sintomas semelhantes e ambas causadas por retrovírus. A melhor maneira de determinar o estado retroviral do gato é testar as duas enfermidades.
Um diagnóstico precoce é muito importante para que se tomem providências imediatas com o intuito de evitarmos a disseminação dessas doenças, pois não há cura para ambos os casos.

Portanto pessoal, a vacinação é imprescindível para evitar esses tipos de enfermidades. A prevenção é a melhor maneira de garantir uma vida saudável ao seu gatinho. Prevenir é mais eficaz, barato e seguro. Vacine o seu animal de estimação, e levo-o sempre ao veterinário! Quem ama, cuida!
→ Esse post é uma pesquisa feita na Internet. Qualquer dúvida em relação a saúde do seu animal de estimação, consulte um veterinário.

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